Choque Luminoso

INTRODUÇÃO:

Ocorre, sobretudo em pássaros alojados em locais de pouca luminosidade. Portanto um mal que
atormenta a maioria dos criadores pois, em geral adaptam locais nas residências para a criação, ao invés de
construírem locais próprios aos canários.
Ao longo dos anos, entretanto, embora o choque luminoso seja a causa de numerosas e sentidas
perdas, não havia um tratamento eficiente contra os sintomas desta “doença”.

A experiência fez com que diversas medidas atenuantes foram testadas nos casos mais brandos.
O objetivo deste artigo é apresentar tratamento mais eficaz nos casos denominados graves, isto é, aqueles que seriam fatais aos pássaros.

O choque luminoso quando acontece, ocorre de forma imediata (daí o termo “choque”) quando da
diferença de luminosidade de um ambiente para outro. Contudo, a sua maior incidência acontece quando os
pássaros são levados para o banho de sol ou na sua volta para o alojamento, situação que é muito agravada no período de cria. Apresenta-se desde as formas mais brandas, portanto mais comuns, até as formas mais graves, em geral fatais.

As formas brandas apresentam os seguintes sintomas:

a) piar rápido e contínuo (apresentado convulsões);
b) abertura do bico e grande diminuição da mobilidade do pássaro, que se posiciona no fundo da gaiola;
c) perda de equilíbrio.

As formas graves ou fatais, mais raras, representam a progressão das formas brandas de início
dos choques, para quadros com os seguintes sintomas:

a) crises convulsivas contínuas;
b) movimentos rápidos e giratórios da cabeça;
c) movimentos contínuos de uma asa e uma pata;
d) perda de controle motor das asas e patas.

A intensidade e a freqüência desses sintomas, ou levará o canário a uma invalidez permanente ou
ao óbito imediato, iniciando pela eliminação de sangue pelo bico.


TRATAMENTO DAS FORMAS BRANDAS:

Quanto mais rápida a ajuda ao pássaro em choque brando melhor. Para tanto, procuram evitar a
imobilidade do pássaro nesse estado, transportando-o para um local com pouca luminosidade, molhando sua cabeça, mexendo com o mesmo para alterar o centro de atenção do canário.

TRATAMENTO DAS FORMAS GRAVES:

Associando-se aos tratamentos empregados em seres humanos, foi elaborado um tratamento
experimental para as formas graves.
Da mesma forma que as atitudes paliativas, o tratamento deve ser empregado ao notar-se as
primeiras convulsões, sendo que consiste na aplicação de um calmante com diazepam, Váliun, Lorax,
Somalium, Lexotan, Nitrepaz, etc. nas suas formas de comprimidos ou injetáveis.

Como recomendável uma solução constituída, por exemplo, de 1/4 de comprimido de 5 mg de
qualquer dessas marcas, o qual maceramos (macetamos) em aproximadamente 10 ml de água destilada ou
filtrada e aspiramos o líquido sobrenadante para uma seringa de insulina, facilmente adquirida em qualquer
farmácia, associado à colocação da ave em um ambiente com pouca luminosidade.

Esta solução será administrada por via oral, diretamente no bico do pássaro, na razão de 3 a 5
unidades da seringa, cujo efeito se faz notar após alguns minutos da sua administração. Como efeito colateral, extremamente benéfico por sinal, ocorre o adormecimento do pássaro. Após esse período de sonolência, variável em função da dose ministrada e do grau de gravidade do choque, bem como da resistência do canário, o mesmo retorna gradativamente à sua atividade normal completamente recuperado.


Autor: Dr. Luiz Fernando da Rocha Dib



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